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Ela está confusa, ou eu?

Posted: Janeiro 30, 2010 in Uncategorized

Me solte! Você é maluco! Me solte! Ela berrava, mas sei que queria mesmo era ficar comigo. Tive que fazer ela entender isso. Droga, cale essa boca!  A bati. Nunca havia feito isso em uma mulher. Nem nas nossas noites de loucas e intensas transas.Sem pensar, fiz aquilo. Cristo. Que absurdo.  Eu a bati ,   com tanta força , ela sangrou.   Eu a pedi desculpas, disse que não sabia onde estava com a cabeça quando a bati. Ela gritou: Você está louco!  E eu estava mesmo ficando louco. O que fiz,  não podia impedir ela de viver, pelo amor  intenso que sentia por ela. Precisava de outro plano. Não tinha cabeça.

( Van Sirilank)

O rapto ao som do Beethoven

Posted: Dezembro 28, 2009 in Uncategorized

A raptei, a carreguei em meu colo a coloquei no carro e a conduzi para um lugar desconhecido. Ela não me viu. Nem por  um segundo se passou pela cabeça dela que era eu.  Eu em carne, osso e crueldade. Eu era mau, e me descobri assim. Rasguei toda sua roupa e a deixei apenas com o pano que tapava seus olhos e o que mantia suas mãos presas. Não falava pois sei que ela reconheceria minha voz. Ela  gritava muito. Mas ali , ninguem ouvia. Não adiantava as suplicas para eu a soltar. Nada mais me atrapalharia em seguir com o plano.Ela gritava muito. Isso já  estava me deixando atormentado. Chegou um tempo que eu não aguentava mais ouvir seus berros. Coloquei  em alto volume a Sinfonia n.º 9 do Beethoven. Ela parou. E disse: É  você? Não acredito que é você!  Eu pensei: Ela me reconheceu. Pelo Beethoven ela me reconheceu. Ela ainda me ama.

( Van Sirilank)

O plano

Posted: Dezembro 27, 2009 in Uncategorized

O plano estava armado para aquela noite. Eu a raptaria. A teria. E depois. Brindariamos juntos o suave e doce veneno da  morte. Jurariamos amores. Jurariamos a morte para a nossa real felicidade. Eu sei que ela ainda me ama. Ela só precisa que eu a lembre disso. Ela estaria, como de costume, passando pela mesma  rua que sempre passa quando sai do trabalho. Está tudo armado. Tudo. Ela será minha o quanto antes. Agora, c olocarei o plano em prática. A minha Afrodite voltará pra mim. E jurará amor eterno no seu leito de morte.

(Van Sirilank)

Volta ao sangue

Posted: Dezembro 26, 2009 in Uncategorized

Meu Deus, quem é aquela mulher?Não teve outro jeito. Recorri ao Dioniso e seu fascinio  de loucura  sanguinaria e mortal. Embriagante, sedutor, confirmo. Mas mortal. Mas o rosto daquela mulher não saia de minha mente.  Minha amada nunca revelara seu fascinio por mulheres! Mas porque? Me perguntei. Porque ela fez isso comigo?Mas ela já não era mais minha desde a muito.  Ela era daquela outra. Aquela com quem o meu amor já deveria ter trocado caricias, feito  os meus planos, os nossos planos.  Quero mesmo derramar o vinho  junto com o esperma que a penetrou nas noites em que faziamos amor. Quero  incendiar com o fogo de Zeus, a Semele que  havia nela,  mas  propositalmente. Eu quero engolir cada gota do seu sangue e fazer ela sentir toda a dor que eu sinto agora.   Ela sangrará como eu. Eu tenho um plano.

(Van Sirilank)

O outro

Posted: Dezembro 26, 2009 in Uncategorized

Eu a vi de longe, linda, com sua pele perfeita como sempre. Aquele  olhar de superioridade. Sorria. Um sorriso desconhecido para mim. Ela parecia estar mais feliz. Será que ela tem outro? Será que outro homem já tomou o meu lugar?Precisava descobrir. A segui até uma praça onde ela se sentou num banco e parecia esperar alguem. Com uma certa ansiedade ela olhava para o relógio e não se passaram nem 10 minutos e uma moça se dirigiu a ela. Loira, cabelos encaracolados,  1 metro e 70 no máximo. Sorridente, era uma verdadeira competição de sorrisos entre as duas. Senti mais alivio. Nenhum homem ainda por perto, nenhum homem era motivo de tantos sorrisos, AINDA. Fiquei de guarda esperando alguem aparecer, mas ela ficou horas conversando com a amiga na praça e trocavam papos divertidos. Sorriam. Elas resolveram se dirigir ao carro.  Eu as segui. Elas estavam  como se distanciando da cidade. E eu continuei. Elas pararam no meio da estrada. A garota desconhecida que dirigia, saiu do carro. Puxou a minha amada com força e a beijou. Ela gostava, eu senti que ela gostava. Ela  me trocou por uma  mulher.

(Van Sirilank)

Ela

Posted: Dezembro 26, 2009 in Uncategorized

Relembro ela com sua pele macia, com seu  gosto de hortelã com uma pitada de canela. Relembro ela com seu sorriso escancarado, seu olhar de lado, e seu ar de imposição, me ordenando que eu a amasse. E eu a amei. Cada segundo da minha modesta vida. Intensa para ela, só para ela. Eu a seduzi, eu a tive, eu a possui. Tive seu corpo limpo, suave e sereno, as curvas mais perfeitas, o desenho mais   bem feito, a  obra prima  do meu eu-escultor. Aquela que eu queria pra sempre, mas  que por obra de outros escultores foi remodelada. Teve que ir. Minha vida está tentando se renovar. Breve  quero estar de caras novas. O sedu tor frustrado,  necessita de seu gozo. Necessita daquela cor. Daquela princesa com que olhar mais lindo, nunca vira.

( Van Sirilank)

Vendedora de sonhos

Posted: Dezembro 26, 2009 in Uncategorized

Um dia uma moça, belissima por sinal, aparentava seus 27 anos, apareceu para mim, vendendo sonhos. Pensei  muito sobre a seriedade daqueles sonhos, já estava arrasado com a perda de minha amada, nada mais me restava.  Comprei um sonho. Sonhei com  minha bela, vindo a mim   num campo onde flores não faltavam e as arvores davam os mais belos frutos, não faltava luz. Ela, minha amada, iluminava tudo com o seu sorriso, e a alegria era intensa. Mas, eu acordei…E a moça dos sonhos já se  havia ido. E eu chorei.

( Van Sirilank)

Sangue derramado

Posted: Dezembro 26, 2009 in Uncategorized

Vaguei  pela casa, era meia noite. Sentei num pequeno banco ao lado da janela e observei a lua.  Tive sede e fui até a geladeira,   me assegurei que ninguem me observava. Fui. Peguei uma taça , coloquei vinho, o apreciei como se fosse o ultimo vinho que  beberia na minha vida. Ela tinha ido embora, mas havia  um pouco dela em cada canto da casa, nos moveis, no perfume espalhado,  nos pratos sujos,  no lençol.  Ah no lençol. Aquele que nos aquecia nos momentos frios, e que escondia os nossos mal feitos durante a madrugada. Era madrugada e eu sem ela. Sentia uma falta mortal, uma falta hipnotizadora, aterrorizante. Ela que sempre estava comigo, se foi. E eu nada pude fazer. Andei por toda a casa relembrando os momentos que passamos juntos, os banhos, as alegrias, as brigas… Andei por tudo, e o vinho se acabando. Me aproximei novamente da janela, brindei com a lua o ultimo gole do vinho, bebi. E ali, derramei meu sangue para que outros pudessem  provar a minha dor de ter perdido a mulher que tanto amava.

( Van  Sirilank)